Boa noite pessoal!
Lendo cada depoimento e lembrando, lá
atrás, como as coisas realmente começaram...
Eu me lembro de achar que ler era algo
muito difícil, que eu jamais conseguiria (era muito medrosa, se desafiada,
quando criança).
Na 1ª série, me lembro de que ficava
olhando todas aquelas cartolinas com desenhos, pregados em cima da lousa, cada
desenho representado tinha o nome de alguma letra do alfabeto, por exemplo: da
letra A tinha o desenho de uma amora, a palavra amora, a letra a minúscula e
maiúscula. Quem realmente me ensinou a ler foi minha professora desse período,
chamava Terezinha, adorava ela porque tinha o mesmo nome da minha mãe. Ela me
ensinou a juntar as letras de cada cartolina para montar a palavra, quando
consegui fazer isso foi uma alegria só, lia tudo que via pela frente, então ela
me deu de presente um livro, chamado " Os contos de Christian
Andersen" (eu era a melhor aluna da turma, por isso ela me deu), cheio de
ilustrações e histórias. E foi a partir daí que comecei a me interessar por
livros, mas só gostava dos que tinham desenhos, porque eu vi as imagens e lia a
história e ficava imaginando como ela acontecia na minha cabeça, até inventava
algumas coisas que aconteciam no meio, mas ficava viajando naquilo tudo. Quando
eu encontrava alguma leitura que era muito grande ou sem ilustrações eu nem
pegava pra ler, geralmente íamos à sala de leitura uma vez por semana, era
muito legal, cada semana pegava um livro diferente, os alunos até brigavam por
causa de determinados livros, e além de ler, antes de tudo, a Tia Emília, que
era uma senhorinha bem velhinha que cuidava da biblioteca da escola, sempre
contava uma história, aí eu ficava maravilhada, porque eu não tinha imagem para
ver, eu imaginava como eram os personagens na minha cabeça. Até que um dia,
quando eu tinha já uns 9 anos, fui pegar livro emprestado na biblioteca e não
tinha nenhum com ilustrações, então achei um com muitas páginas e o título me
chamou a atenção: " Eu, Christiane F., 13 anos, drogada e
prostituída", e foi a partir daí que descobri que quanto mais leitura
tinha, mais poderia criar as características dos personagens, mais eu viajava
na história e mais legal ela ficava!